O Ceará passou das 9 mil mortes em decorrência da Covid-19. Até ontem, 1º,
foram registrados 9.047 óbitos pela doença na plataforma IntegraSUS, da
Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), atualizada às 17h24min. São 242.021 casos
da infecção confirmados. O Estado caiu no ranking da taxa de mortalidade da
doença por 100 mil habitantes, ficando na 5º posição, conforme o painel
Covid-19 no Brasil, do Ministério da Saúde. Há dois meses, o Ceará liderava a
lista.
A taxa de mortalidade da infecção no Estado é de 98, mesmo índice no Mato
Grosso. Este, no entanto, tem número de óbitos total menor do que o estado
cearense. Eles ficam atrás de Distrito Federal (108), Rio de Janeiro (107),
Roraima (107) e Amazonas (100). O Ceará, que apresenta tendência de redução da
infecção, tem 89.590 casos em investigação e 214.797 pacientes recuperados.
Foram realizados 762.371 exames para diagnóstico da patologia.
O epidemiologista Marcelo Gurgel, professor e membro do GT de Enfrentamento à
Covid-19 da Universidade Estadual do Ceará (Uece), explica que a taxa de
mortalidade reflete o período da doença no Estado. "Pegamos a epidemia no
começo. Teve uma velocidade de crescimento muito alta, com pico na primeira
quinzena de maio. Cresceu, inicialmente, de forma expressiva em Fortaleza.
Quando aumentou no Interior, foi diminuindo na Capital", explica.
Outro fator que influenciou nos altos índices oficiais da Covid-19 no início
da pandemia, foi o maior número de exames de diagnóstico ante aos estados, que
aumentaram a testagem posteriormente. "Normalmente, a gente trabalha a taxa de
mortalidade por ano. Mas, se compararmos mês a mês, o acúmulo é cada vez
menor. Está em processo de desaceleração", conclui.
Apesar das diferenças acentuadas do cenário entre estados, o Brasil começa a
apresentar sinais de desaceleração nos indicadores da doença. "Não podemos
afirmar que a situação já está controlada no Brasil, mas já indica uma queda.
Pelas dimensões, é preciso avaliar estado a estado, capital e interior",
alerta.
O POVO Online