Ao final de setembro, mães de pacientes no aguardo por cirurgias cardíacas
foram notificadas pelo Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes que as
operações cirúrgicas haviam sido suspensas ou desmarcadas sem previsão de
retorno devido à falta do medicamento gluconato de cálcio, essencial em
procedimentos operatórios. Em meio às incertezas, familiares aguardam a
chegada dos remédios, desejando que o quadro de saúde dos filhos não piore em
meio à espera.
A filha da autônoma Maria da Silva, não identificada pelo verdadeiro nome,
precisa realizar uma cirurgia que não pode aguardar mais seis meses, uma vez
que os riscos de complicações aumentam a cada semana. Internada desde a
segunda quinzena de setembro, a filha foi acompanhada por Maria durante a
realização de todos os procedimentos pré-operatórios, como jejum, retirada de
sangue e outros exames, antes de ter sua cirurgia cancelada.
Esse também é o caso de Joana Alencar (nome fictício). Ela e a filha vieram do
interior do Estado para realizar a cirurgia no fim de setembro, mas foram
surpreendidas pelo imprevisto. “Houve todo um preparo, fez os exames no dia
anterior, ficou em jejum, até banho pra cirurgia ela tomou. Então tava tudo
certo para a cirurgia. Quando foi umas 21h, a enfermeira veio avisar que tinha
sido cancelada, e só, sem nenhuma explicação”, explica Joana.
Segundo o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes a falta do
gluconato de cálcio deve-se ao seu desabastecimento no mercado. “Um novo
processo para aquisição de medicamento substituto, cloreto de cálcio, já está
em andamento”, informa em nota. O HM acrescenta que “realiza a permuta do
medicamento com outros hospitais da rede Sesa, que permite a continuidade de
procedimentos de urgência. As cirurgias eletivas estão sendo reprogramadas”.
Diário do Nordeste