As eleições municipais de 2020 foram marcadas por ineditismos e curiosidades. Enquanto no Recife o prefeito mais jovem de uma capital fazia seu discurso de posse, em Goiânia o candidato eleito nem sequer tomava conhecimento do resultado das urnas por estar internado em uma UTI em decorrência da covid-19.
As eleições também tiveram recordes de abstenções e de viradas de resultados
entre o primeiro e o segundo turno. Também foi a eleição em que o PT, pela
primeira vez desde a redemocratização, não elegeu nenhum prefeito de
capital. Confira a seguir mais sobre esses fatos.
Prefeito mais jovem de uma capital
O deputado federal João Campos (PSB) completou 27 anos na última
quinta-feira (26). Eleito no Recife, ele será o prefeito mais jovem de uma
capital na história do país. Campos obteve 56,27% dos votos válidos, contra
43,73% da prima Marília Arraes (PT).
Ele é filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (1965-2014) e
bisneto de Miguel Arraes (1916-2005), fundador do PSB e ex-governador de
Pernambuco.
Eleito com covid-19 e sedado na UTI
Maguito Vilela (MDB), eleito prefeito de Goiânia com 52,6% dos votos válidos
contra 47,4% de Vanderlan Cardoso, está sedado e intubado na UTI (Unidade de
Terapia Intensiva) do hospital Albert Einstein, em São Paulo, em decorrência
da covid-19.
Sua situação é tão delicada que Maguito não tomou conhecimento ainda do
resultado da eleição. O discurso da vitória neste domingo foi feito por seu
filho, Daniel Vilela. Caso o prefeito eleito continue internado até 1º de
janeiro do ano que vem, toma posse o vice-prefeito eleito, o vereador e
pastor evangélico Rogério Cruz (Republicanos).
Taxa recorde de viradas de resultado
A porcentagem de viradas de resultado do primeiro turno para o segundo turno
nestas eleições chegou a 29,8%, um recorde nas eleições municipais desde
1996. Em 17 cidades das 57, o segundo colocado na primeira rodada de votação
ultrapassou seu adversário e conquistou a vitória.
A ultrapassagem mais espetacular ocorreu em Caxias do Sul (SC). Adiló
(PSDB), que terminou o primeiro turno com 15,45% dos votos contra 34,17% de
Pepe Vargas (PT), disparou para 59,57% dos votos no segundo turno, deixando
o adversário comendo poeira com 40,43%.
Abstenção recorde no Brasil e em capitais
O número de eleitores que não compareceu às urnas para votar no segundo
turno no país foi recorde nessas eleições municipais.
De acordo com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro
Luís Roberto Barroso, 29,47% dos eleitores deixaram de votar no segundo
turno —o equivalente a mais de 11 milhões de pessoas. A abstenção foi
recorde também em capitais como Rio de Janeiro (35,45%) e São Paulo
(30,78%).
UOL