Juíza, comerciante, estudante, diarista, empresária. Todas elas vítimas de um crime brutal que atinge mulheres de todas as faixas etárias e classes sociais. O feminicídio destrói famílias em todo o mundo, até mesmo antes de ele se tornar uma tipificação criminal. Em 2020, no Ceará, foram 26 mulheres assassinadas por razões de gênero, até o último fim de semana. Ou seja, 26 vezes que as vítimas não tiveram a chance de sobreviver às relações doentias cercadas por tantos outros sentimentos, exceto o amor.
Em todo o ano de 2019, outros 34 feminicídios. Quando comparados os períodos
se percebe queda de quase 23% nas ocorrências. Apesar da baixa, os dados
revelam que esta é uma violência constante, que se perpetua e preocupa o poder
público. Nenhuma a menos, é o apelo da sociedade em prol de conter a violência
doméstica.
Foram 21 no interior do Ceará, quatro em Fortaleza e um na Região
Metropolitana. O uso das armas brancas se sobressai às armas de fogo neste
tipo de crime.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirma que 92% dos
casos em 2020 tiveram autoria identificada e indiciamento do suspeito por meio
do inquérito policial. De acordo com a Pasta, 21 inquéritos foram remetidos à
Justiça e os demais permanecem sob investigação da Polícia Civil do Ceará
(PCCE).
Diário do Nordeste