Uma área do bairro João XXIII, em Fortaleza, amanheceu com calçadas cheias de
vidro e marcas de sangue durante o último sábado (26), após o registro de uma
grande multidão dançando, bebendo, sem máscara, nem distanciamento, no meio
das vias durante a madrugada. A festa aconteceu de 1h30min até as 4 horas
entre as ruas 12 de julho com Visconde de Cauípe com direito a paredão de som,
aglomeração e disparos para o alto - o mesmo padrão desde 2019, em todos os
feriados.
De acordo com testemunhas, os participantes da festa, alguns deles armados,
são desconhecidos da vizinhança, que seria intimidada a ligar o som dos carros
nas próprias casas. Segundo uma fonte anônima, a polícia é acionada pelos
moradores desde o início das festas, que passaram acontecer a partir de meados
do ano passado. No entanto, as respostas da corporação variam entre aguardar e
não existir nenhuma outra denúncia no endereço.
A única vez que o problema no bairro teria recebido suporte da segurança
pública teria sido no Carnaval de 2019. Na ocasião, a ação policial teria
envolvido bala de borracha, spray de pimenta e agentes da Guarda Municipal e
da Polícia Militar.
Durante a festividade natalina de 2020, o baile terminou com uma mulher sendo
levada pelos braços e muito sangue na calçada, além de respingos de sangue na
rua. A origem do sangue e a condição e identidade da mulher são desconhecidos.
Ainda, uma construção com diversos apartamentos (alguns dos quais são
habitados) chegou a ser invadida para ser utilizada como espécie de camarote
durante a festa.
Nos perfis do bairro no Instagram, que compartilham vídeos da festa desta
madrugada, algumas pessoas comentam que terá outra festa no Ano Novo. Outras
criticam a “irresponsabilidade” da aglomeração e a ausência de uso de máscaras
de proteção.
O Povo