O Ministério Público do Rio e a Polícia Civil fluminense prenderam na manhã
desta terça, 22, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos).
Ex-senador, ex-ministro da Pesca no governo Dilma Rousseff e bispo
licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella é acusado de
participação em um esquema de corrupção na prefeitura do Rio, conhecido como
"QG da Propina". O prefeito foi detido por policiais em casa, a nove dias do
encerramento do mandato.
Na mesma operação, foram presos o empresário Rafael Alves e o delegado
aposentado Fernando Moraes, ex-vereador e que foi chefe da Divisão
Antissequestro. O ex-senador Eduardo Lopes também é alvo da ação, mas não foi
encontrado.
"Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do carnaval, negociei o VLT,
fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro", declarou
Crivella, ao chegar à Cidade da Polícia, no bairro do Jacarezinho, na zona
norte do Rio, em rápida coletiva, pouco após as 6h30. Ele atribuiu a
prisão a suposta "perseguição política" e disse esperar "justiça".
As prisões são desdobramento da Operação Hades. A investigação começou em
2018. Segundo o MP do Rio, Alves receberia propina de empresas para, em troca,
facilitar a assinatura de contratos e o pagamento de dívidas no Executivo
municipal. Ele é irmão de Marcelo Alves, que foi presidente da Riotur. Os
desvios seriam operados por um suposto "QG da Propina".
Na campanha pela reeleição, sobretudo no segundo turno, Crivella teve no
combate à corrupção uma de suas bandeiras prioritárias. Ele reafirmava que seu
adversário Eduardo Paes (DEM), que o derrotou, iria para a cadeia, por
corrupção durante seus dois mandatos na prefeitura, de 2009 a 2016.
Estadão