O ano começa com uma decisão que traz sérios impactos para milhares de moradores de áreas rurais isoladas que enfrentam escassez de água: o 40º Batalhão de Infantaria do Exército, em Crateús, anunciou a suspensão da Operação Carro-Pipa por falta de recursos financeiros para o pagamento dos prestadores de serviços (pipeiros).
A medida afeta, de imediato, o primeiro ciclo de distribuição de água de beber
e cozinhar para cerca de 50 mil famílias moradoras de áreas rurais das regiões
do Sertão de Crateús, Inhamuns e Cariri Oeste. “Essa é a região mais crítica
que temos no Ceará e estamos na época do ano mais seca”, pontuou o diretor do
Sindicato dos Pipeiros do Ceará, Eduardo Aragão. A entidade estima a
paralisação de mais de 170 caminhões-pipa.
De acordo com a nota, assinada pelo comandante do 40º Batalhão de Infantaria,
tenente-coronel, André Costa Campelo, “a distribuição de água somente começará
após esta Organização Militar Executora receber os recursos financeiros
necessários para pagamento dos prestadores de serviço, a serem
descentralizados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional”.
A decisão trouxe surpresa para os pipeiros e coordenadores de Defesa Civil dos
municípios. “Sem dúvida, é prejuízo para as famílias que necessitam da água e
agora terão de buscar outras fontes, como açudes e poços, que têm água poluída
e salobra”, frisou Eduardo Aragão.
Além do 40º Batalhão de Infantaria, em Crateús, o 23º Batalhão de Caçadores e
o 10º Depósito de Suprimentos (D Sup), em Fortaleza, participam da
Operação-Pipa do Exército, contratando caminhões e definindo rotas para outras
regiões do Ceará. No total, são cerca de 400 caminhões contratados atualmente.
Diário do Nordeste