Ao dar entrada no Instituto Médico Legal (IML) para passar por exame de corpo de delito antes da prisão, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) desacatou uma policial civil que lhe pediu para colocar a máscara de proteção facial contra o novo coronavírus. A discussão foi filmada por um assessor parlamentar.
Após perceber que o deputado estava sem o equipamento, obrigatório em locais
públicos do Rio de Janeiro desde junho, a servidora avisa: “Para a nossa
proteção e para a sua também, aqui dentro tem que usar máscara”.
Inicialmente, ele se recusa a cumprir a orientação. “A senhora não manda em
mim não. Está achando que está falando com vagabundo? Meu irmão, a pior coisa
é militante petista”, reage.
Diante da insistência da policial, o deputado sobe o tom. “E se eu não quiser
botar? Se a senhora falar mais uma vez eu não boto. Se falar mais uma vez eu
tiro”, diz. “A senhora é policial civil, eu também sou polícia, e aí? E sou
deputado federal, e aí? A senhora não conhece a porra da lei, não?”, afirma
ainda na discussão.
Preso em Petrópolis, na região serrana do Rio, no final da noite de
terça-feira, 16, Daniel Silveira foi levado para a Superintendência da Polícia
Federal na capital. A ordem para a detenção partiu do ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a divulgação de um vídeo em
que o parlamentar defende o AI-5, instrumento de repressão mais duro da
ditadura militar que fechou o Congresso Nacional, e a destituição de ministros
tribunal. O caso ainda será analisado pelos plenários do próprio STF e da
Câmara dos Deputados.
Estadão Conteúdo