Dois eventos de distribuição de roupas promovidos por uma influencer digital
de Fortaleza provocaram aglomerações em dois bairros da capital na noite da
última segunda-feira (22). Os eventos foram registrados nos stories de Thayse
Teixeira, que contabiliza mais de 3 milhões de seguidores no Instagram.
A Polícia Militar informou através de nota que dispersou, em cumprimento a
decreto estadual, uma aglomeração de pessoas gerada pelo evento de doação de
roupas na comunidade do Lagamar, em Fortaleza.
O
reforço policial foi pedido devido ao grande número de pessoas que se
encontravam no local. A aglomeração foi dispersada sem resistência e as
pessoas orientadas a retornarem para suas casas, bem como ao uso da máscara de
proteção.
Organização
O primeiro evento foi marcado horas antes por Thayse para acontecer na frente
da estação de metrô do Bairro São João do Tauape, onde a multidão se
concentrou, por volta das 18h. A ação contraria o atual decreto do Governo do
Estado, que impede que os espaços públicos sejam ocupados após as 17h.
No local, várias senhas foram distribuídas para que as pessoas pudessem
receber as doações. Em vídeos enviados ao G1, é possível ver centenas de
pessoas, aglomeradas, caminhando em direção ao carro em que a influencer
estava para receber os presentes.
Nos stories publicados pela própria Thayse, ela aparece, em determinado
momento, no carro, sem usar máscara, com o vidro baixo e fazendo uma foto com
uma pessoa que está do lado de fora. Próximo a eles, é possível ver várias
pessoas também sem máscara.
Após o bairro São João do Tauape, a influencer postou mais um storie
informando que estaria indo para a Areninha da Lagoa do Urubu, quadra
municipal no Bairro Floresta. Por volta das 20h, ela publicou mais imagens em
que cumprimentava vários moradores do bairro em uma fila, a maioria sem
máscaras de proteção.
'Ação clandestina'
Já a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Secel) afirmou que não compactua
com o evento ocorrido na Areninha do Floresta. O órgão disse que o evento foi
"irresponsável" e não teve agendamento ou qualquer solicitação encaminhada
para a secretaria ou regionais.
A Secel afirmou que todo equipamento gerenciado pela secretaria tem os seus
horários previamente agendados, além de serem devidamente formalizados na
própria entidade.
Por fim disse também que, caso seja comprovada a participação de funcionários,
haverá sanção aos envolvidos e comunicação ao Ministério Público para eventual
apuração.
G1 - CE