Um dos dispositivos mais importantes na área da saúde, com demanda intensificada pela pandemia de coronavírus, é o leito em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para tratar pacientes com a doença. Ao longo dos últimos 12 meses, os quiterienses cobraram bastante, diante da necessidade e a alta demanda que se formou principalmente neste ano, que leitos deste porte fossem instalados no Hospital Municipal de Santa Quitéria.
Diante da alta de casos, os desafios para abrir e manter leitos só aumenta no
Ceará, tendo em vista que, só o custo mensal para fazer funcionar um deles, é
de R$ 80 mil. Ao todo, o Ceará tem, hoje, 1.291 vagas ativas para Covid;
destas, 702 são leitos da administração pública. O restante são leitos
particulares ou de entidades sem fins lucrativos – números insuficientes para
a demanda crescente.
Ampliar a rede de leitos de alta complexidade, porém, não é simples, ainda que
o Ceará esteja em estado de calamidade, o que facilita a utilização de
recursos públicos. É preciso, além de dinheiro, espaço físico, equipamentos e,
principalmente, profissionais de saúde para atender os pacientes
hospitalizados.
Ivan Coelho, secretário executivo de Atenção à Saúde e Desenvolvimento
Regional da Sesa, afirmou, que somente a montagem de um novo leito de UTI no
Ceará “custa em torno de R$ 100 mil, com cama, respirador e todos os
equipamentos”. Além disso, para manter a vaga funcionando, são investidos por
mês cerca de R$ 80 mil, montante que torna “enorme o esforço do Estado” para
administrar as contas, num cenário em que mais de 1.290 leitos só para
tratamento da Covid-19 estão em funcionamento.
Segundo a Pasta, o custo para manter um leito de UTI Covid é de R$ 2.666,67
por dia, de modo que o investimento mensal nesse tipo de equipamento varia de
R$ 80 mil a R$ 82,6 mil. O valor é o dobro do necessário para manter uma vaga
de enfermaria, cujo gasto diário é de R$ 1.233,33, totalizando entre R$ 37 mil
e R$ 38,2 mil por mês.
Os valores repassados pelo Governo Federal para custeio de um leito de UTI
depende da categoria da estrutura, como explica a secretaria, e podem ser até
seis vezes menores do que o necessário para manter a unidade operando. “Pode
variar entre um valor diário de R$ 400 a R$ 1.600, repassado ao Município
mensalmente”, complementa a nota.
Os recursos são necessários para bancar os equipamentos exigidos para
assistência complexa, como “ventiladores, respiradores, monitores com
capnografia (monitoramento da quantidade de dióxido de carbono nos gases
respiratórios), oxímetros, eletrocardiógrafos, desfibriladores e bombas de
infusão”, como lista a Sesa. As máquinas, contudo, não servem à vida sem a
presença de equipes multiprofissionais, formadas por “médicos, enfermeiros,
técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais, serviços gerais,
além de apoio diagnóstico e nutricional”, como reforça a gestão.
Com Diário do Nordeste