Tanto a exploração mineral quanto a industrialização do urânio fosfatado de
Itataia deverão começar no próximo ano, logo após a emissão do licenciamento
ambiental. Os investimentos previstos para o Projeto Santa Quitéria superam os
US$ 400 milhões.
A logística de transporte prevê a utilização dos modais rodoviário e
hidroviário, o que livra o consórcio de uma dependência de um ramal da
Ferrovia Transnordestina, em construção, que ligaria a futura planta
industrial de Itataia aos portos do Pecém e Mucuripe. Esta informação foi
transmitida á coluna pela Galvani Fertilizantes.
Segundo a empresa, “a rota via Arco Norte (que utilizará hidrovias) será
utilizada para a distribuição nos estados da região Norte e Centro-Oeste; as
entregas para a região Nordeste serão feitas por caminhões”. Ainda de acordo
com a Galvani, o recebimento de matérias-primas e o envio de produtos acabados
serão realizados com apoio da infraestrutura portuária cearense e de centros
de distribuição a serem localizados em pontos estratégicos.
O concentrado de urânio será embalado em tambores especiais e transportado,
por rodovias, até os portos de Mucuripe e Pecém, de onde seguirá para outro
país para passar pela etapa conhecida como conversão, em que o concentrado
será transformado em gás (hexafluoreto de urânio) e, posteriormente,
enriquecido em isótopos 235, processo que poderá ser feito, em parte, no
Brasil, na Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio da INB, em Resende
(RJ).
Esse transporte será realizado até quatro vezes ao ano, obedecendo a medidas
especiais de segurança, que incluirão um aparato de apoio da Polícia Federal e
uma equipe de Proteção Física da INB, com o objetivo de garantir a integridade
desse insumo energético de alto valor.
O início da construção do complexo está previsto para 2022 e sua operação
assistida, em 2024, condicionados à liberação das licenças ambientais pelos
órgãos responsáveis (Ibama e CNEN). A Galvani informa que não é possível,
agora, determinar uma data exata para o início das obras e da operação
minero-industrial, mas a expectativa é de que o projeto estará em
funcionamento em 2024. O consórcio informa que há investidores interessados em
participar do empreendimento, que é altamente competitivo.
Diário do Nordeste