Em vídeo que circula nas redes sociais, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) faz
duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem chama de
"fascista", ao mesmo tempo em que rende elogio ao ex-presidente Lula.
"O Bolsonaro eu tenho muita restrição porque é um fascista. Ele tem um caráter
fascista, preconceituoso. É muito fácil você ir para a televisão dizer que vai
matar bandido, que vai não sei o quê", disse Ciro Nogueira em entrevista à TV
Meio Norte. O vídeo foi divulgada nesta quarta, 21, pelo deputado federal Kim
Kataguiri (DEM-SP). Aparentemente, foi gravado no ano de 2018, antes das
eleições presidenciais.
Passa pano aí, gado pic.twitter.com/SQ1hZY90vN
— Kim Kataguiri 🇧🇷 (@KimKataguiri) July 21, 2021
Por outro lado, Nogueira enaltece a figura de Lula. "O melhor presidente da
história dessa País, principalmente para o Piauí e para o Nordeste. (...) Eu
não me vejo na eleição votando contra o Lula. Por tudo que ele fez, por tudo
que ele tirou de miséria desse povo. Quem realmente foi decisivo a partir do
combate à fome. Os programas que ele fez. Ele fex o maior programa
habitacional do mundo, que é Minha Casa, Minha Vida. Esse combate à miséria
que é o Bolsa Família, que tirou o povo do Nordeste. Então, Lula é o meu
candidato a presidente", destacou.
Fragilizado, o presidente Jair Bolsonaro anunciou novas mudanças no alto
escalão do governo, o que deve render mais espaço para o chamado Centrão.
Bolsonaro tem sido pressionado a mexer na articulação política do governo e a
substituir os ministros da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e da
Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni. Segundo apuração, um dos nomes cogitados
para a cadeira de Ramos é o do senador Ciro Nogueira, presidente do
Progressistas.
O cargo deve-se a preocupação do Planalto de que Ciro Nogueira possa romper
com o governo. Na CPI da Covid, o parlamentar vem atuando de forma a defender
cada vez menos Bolsonaro. Na última semana, ele não escondeu sua insatisfação
com a liberação de recursos para o governo do Piauí, seu adversário político.
Já Onyx, segundo os planos atuais, deve ocupar o Ministério do Trabalho e
Emprego, que será recriado com a divisão do Ministério da Economia, de Paulo
Guedes. As mudanças devem se concretizar na próxima sexta-feira, 22, com a
publicação da medida provisória que recriará o Ministério do Trabalho.
Aliados do governo avaliam que Bolsonaro precisa contemplar o Senado,
principalmente agora quando está acuado pela Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Covid."É para a gente continuar administrando o Brasil", comentou
Bolsonaro sobre a nova mudança.
O chefe do Executivo pontua que sabia que assumir a Presidência "não era
fácil, mas realmente é muito difícil". "Não recomendo essa cadeira para os
meus amigos", declarou. Bolsonaro avalia que seu estado de saúde está bom,
após internação na semana passada por conta de uma obstrução intestinal - e
disse que vem trabalhando na mudança que será anunciada na semana que vem.
A reforma ministerial será a segunda feito pelo presidente desde que assumiu o
governo. Em março, para agradar o Centrão e enquadrar militares, Bolsonaro, de
uma só vez, mudou o comando de seis ministérios, realocando três auxiliares e
demitindo outros três.
O Povo